Com manifesto contra assédio, seleção bate Rússia em amistoso

A seleção brasileira de futebol feminino venceu o penúltimo compromisso antes da Olimpíada de Tóquio (Japão). Nesta sexta-feira (11), as comandadas de Pia Sundhage superaram a Rússia por 3 a 0 em amistoso realizado no estádio Municipal de Cartagonova, em Cartagena (Espanha).

Antes de a bola rolar, as jogadoras da seleção foram para o gramado segurando uma faixa com a mensagem “Assédio não”. A manifestação ocorreu durante a execução do hino nacional brasileiro e na tradicional foto posada que antecede as partidas. Minutos antes do jogo, as atletas já haviam publicado nas redes sociais um manifesto contra os assédios sexual e moral.

Protesto contra assédio antes do amistoso contra a Rússia
Protesto contra assédio antes do amistoso contra a Rússia

Protesto contra assédio antes do amistoso contra a Rússia – Richard Callis/SPP/CBF

Vale lembrar que o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, foi afastado no ultimo domingo (6), pelo Comitê de Ética da entidade, devido a uma acusação de assédio sexual. Na segunda-feira (7), o Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) determinou abertura de investigação sobre o caso envolvendo o dirigente. Na quinta-feira (10), questionada em entrevista coletiva, Pia disse que o assunto era “muito sério”.

O primeiro tempo foi amplamente dominado pelo Brasil, quase sempre com jogadas armadas no lado esquerdo, com a lateral Tamires atuando quase como ponta. As oportunidades mais claras, porém, saíram em cobranças de escanteio pela esquerda. Aos 16 minutos, Bruna Benites desviou de cabeça com perigo, rente à trave da Rússia. Aos 27, foi a vez da também zagueira Rafaelle cabecear, para defesa da goleira Yulia Grichenko. Aos 41, enfim, a rede balançou. A meia Andressinha bateu o tiro de canto, a atacante Ludmilla escorou para trás e Bruna Benites, na pequena área, completou para o gol.

As brasileiras seguiram amassando as adversárias na etapa final, mesmo com as alterações efetuadas por Pia. Aos sete e aos 17 minutos, as tentativas das atacantes Debinha e Marta passaram rente à trave de Grichenko. O jeito foi, novamente, apostar na bola parada. Aos 18, a meia Andressa Alves, que tinha acabado de entrar, bateu escanteio na direita e Bruna Benites subiu livre para cabecear e aumentar a vantagem. Aos 34, Andressa Alves escapou da marcação pela esquerda e cruzou rasteiro. A zaga russa cortou, mas a bola sobrou nos pés da própria Andressa, que mandou para as redes vazias.

O Brasil volta a campo na segunda-feira (14), às 16h (horário de Brasília), novamente em Cartagena, para enfrentar o Canadá. Na semana que vem, Pia Sundhage deve anunciar a relação de 18 convocadas para os Jogos de Tóquio.

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Entidades recomendam ações para fortalecer educação na pandemia

O Movimento Todos pela Educação e a Human Rights Watch Brasil divulgaram hoje (11) um conjunto de recomendações ao governo federal para fortalecer as políticas públicas voltadas a apoiar o setor educacional durante a pandemia.

De acordo com as entidades, é preciso alocar recursos de forma estratégica para assegurar o acesso e evitar a evasão escolar, especialmente por segmentos mais atingidos pela pandemia, como negros, indígenas e crianças e adolescentes das áreas rurais.

Segundo o Todos pela Educação, em 2020 o governo federal reservou orçamento de R$ 48,2 bilhões para a educação básica, mas o valor executado ficou em R$ 35,2 bilhões, o menor em uma década.

As duas organizações destacam a necessidade de disponibilizar vacinas para trabalhadores da educação em todo o país, inclusive aqueles com atuação em unidades de ensino em comunidades marginalizadas.

Os profissionais da área foram incluídos no plano de operacionalização da vacinação contra a covid-19 e passaram a receber doses neste mês para a sua imunização, começando pelos trabalhadores em creche e do ensino fundamental.

As organizações defendem o uso de indicadores claros para o fechamento das escolas que considerem os riscos de transmissão do novo coronavírus e parâmetros baseados em evidências para decidir o retorno às atividades presenciais.

O documento acrescenta que deve ser realizada uma campanha de “volta às aulas” visando a um retorno gradual e seguro, ofertando apoio às famílias cujas crianças e adolescentes tiverem dificuldades para isso.

A manifestação acrescenta que o Executivo federal deve apoiar estados e municípios com menores condições no fornecimento de equipamentos de proteção individual para os profissionais da educação.

Outra ação elencada é o apoio ao acesso à internet de alunos. As entidades citam pesquisa do Instituto Datafolha segundo a qual antes da pandemia 4 milhões de crianças e adolescentes não possuíam acesso à internet.

Segundo as organizações, o governo federal deveria adotar “medidas para garantir internet acessível, confiável e estável, incluindo medidas direcionadas para fornecer acesso gratuito e equitativo – e dispositivos capazes de apoiar o conteúdo educacional básico – para crianças e adolescentes que ainda não podem assistir às aulas presencialmente”.

No posicionamento, o Movimento Todos pela Educação e a Human Rights Watch Brasil lembram que, de acordo com ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2020, 16,6% das crianças em casas com renda per capita de até meio salário mínimo não tiveram acesso à educação, índice que foi de 3,9% nos lares com renda per capita de mais de quatro salários mínimos.

A Agência Brasil entrou em contato com o Ministério da Educação e aguarda retorno.

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Casos de covid-19 têm estabilidade e mortes caem 11%

Os novos casos de covid-19 tiveram alta de 3%, o que o Ministério da Saúde considera estabilidade. É o que mostra o novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, que analisa a Semana Epidemiológica (SE) 22, de 30 de maio a 5 de junho.

Na Semana Epidemiológica 22 foram confirmados 435.825 novos casos, contra 424.161 na semana anterior. A média móvel de casos (total no período dividido por sete dias) ficou em 62.261.

O resultado da SE 22 mostra uma retomada do crescimento da curva de casos após uma queda na semana anterior. A redução dos novos diagnósticos positivos de covid-19 foi iniciada em março, com um aumento na SE 13.  

Os boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde sobre o Coronavírus reúnem a avaliação da pasta sobre a evolução da pandemia, considerando as semanas epidemiológicas, tipo de mediação empregada por autoridades de saúde para essas situações. A semana epidemiológica é um recorte temporal adotado por autoridades de saúde para analisar esses movimentos.

Já as novas mortes tiveram redução de 11%. Na Semana Epidemiológica 22, as autoridades de saúde confirmaram que 11.474 pessoas não resistiram à covid-19, enquanto na semana anterior o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde trouxe 12.849 óbitos.

O resultado representa uma continuidade na trajetória de queda na curva de óbitos, após uma estabilização e redução nas semanas anteriores. A média móvel de mortes na SE 20 ficou em 1.639.

Estados

Conforme o boletim epidemiológico, oito estados tiveram incremento de casos na Semana Epidemiológica 22, sete ficaram estáveis e 11 mais o Distrito Federal tiveram redução. As principais altas se deram em São Paulo (35%) e Roraima (27%). Já as quedas mais intensas ocorreram no Amapá (-36%) e Rio Grande do Norte (-28%).

Quando consideradas as mortes, foram sete os estados com crescimento das curvas, enquanto quatro mais o DF ficaram estáveis e 15 registraram menos óbitos em relação ao balanço da semana anterior. Os aumentos mais expressivos aconteceram no Rio Grande do Norte (40%) e Amazonas (37%). As quedas mais efetivas foram registradas em Roraima (-52%) e Paraná (-27%)

Mundo

A Índia foi novamente o país com mais novas mortes, com 20.787 novos óbitos na semana epidemiológica 22. O Brasil mantém a 2ª colocação, com 11.474 mortes. Em seguida vêm México (5.303), Argentina (3.759) e Colômbia (3.675). Quando considerados números absolutos desde o início da pandemia, o Brasil segue na 2ª posição, com 472.531 óbitos, atrás dos Estados Unidos (597.377). Quando consideradas as mortes por 1 milhão de habitantes, o Brasil fica na 7ª colocação.

A Índia também é a campeã em novos casos, tendo 914.539 na semana analisada. O Brasil ocupou a 2ª colocação no ranking de casos, seguido pela Argentina (206.761), Colômbia (183.956) e Estados Unidos (102.207). Na comparação em números absolutos, o Brasil fica na 3ª posição, atrás dos EUA (33,3 milhões) e Índia (28,8 milhões). Na comparação proporcional, por 1 milhão de habitantes, o Brasil ocupa a 21ª posição.

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Covid-19: Brasil registra 17,2 milhões de casos e 484,2 mil mortes

O total de pessoas que contraíram a covid-19 desde o início da pandemia no Brasil subiu para 17.296.118. Nas últimas 24 horas, houve 85.149 novos ocorrências da doença. Ontem, o painel de informações da pandemia trazia 17.210.969 casos acumulados. O país tem ainda 1.093.290 casos ativos, em acompanhamento. 

O número de pessoas que não resistiram à pandemia do novo coronavírus agora é de 484.235. Entre ontem e hoje, foram confirmados 2.216 novos óbitos. Ontem, o total de mortes decorrentes de complicações relacionadas à covid-19 estava em 482.019.

Ainda há 3.842 falecimentos em investigação. O termo é empregado pelas autoridades de saúde para designar casos em que um paciente morre, mas a causa segue sendo apurada mesmo após a declaração do óbito.

Os dados estão na atualização diária do Ministério da Saúde, divulgada, em Brasília,  na noite desta sexta-feira (11). O balanço sistematiza as informações coletadas por secretarias estaduais de saúde sobre casos e mortes. A atualização de hoje não trouxe dados do estado do Ceará.

O número de pessoas que foram infectadas, mas se recuperaram desde o início da pandemia chegou a 15.718.593. Isso corresponde a 90,9% do total dos infectados pelo vírus.

Estados

O ranking de estados com mais mortes pela covid-19 é liderado por São Paulo (117.344). Em seguida, vêm Rio de Janeiro (52.638), Minas Gerais (42.589), Rio Grande do Sul (29.484) e Paraná (27.921). Já na parte de baixo da lista, com menos vidas perdidas para a pandemia, estão Roraima (1.677), Acre (1.701), Amapá (1.751), Tocantins (2.998) e Alagoas (4.964).

Até o momento, foram enviadas a estados e municípios 109,4 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. Deste total, foram aplicadas 72,1 milhões de doses, sendo 50,5 milhões da primeira dose ( 23,7%) e 21,5 milhões da segunda dose (o correspondente a 10,1% da população).

Boletim epidemiológico mostra a evolução da pandemia de covid-19 no Brasil.
Boletim epidemiológico mostra a evolução da pandemia de covid-19 no Brasil.

Boletim epidemiológico mostra a evolução da pandemia de covid-19 no Brasil. – Ministério da Saúde

Vacinação

Até o momento, foram enviadas a estados e municípios 109,475 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. Deste total, foram aplicadas 72,170 milhões de doses, sendo 50,59 milhões da primeira dose e 21,578 milhões da segunda dose.

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Exames que identificam fungos que afetam sistema nervoso entram no SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS) passará a fazer exames que podem identificar fungos Cryptococcus que agem de forma prejudicial sobre o sistema nervoso. Os procedimentos também possibilitarão o diagnóstico de meningite criptocócica.

O teste incorporado ao SUS é rápido, com resultado em cerca de 10 minutos. De acordo com o Ministério da Saúde, o exame é de baixo custo e não existe estrutura específica, o que facilita a sua realização.

Os exames são destinados a pessoas que têm o vírus da imunodeficiência humana (PVHIV) sem sintomas. O Cryptococcus atua sobre o sistema nervoso central e vias respiratórias. Ele pode causar uma inflamação no cérebro.

A aprovação da inclusão dos procedimentos ao SUS ocorreu pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema de Saúde (Conitec). O órgão é assessor do Ministério da Saúde na avaliação de tratamentos e procedimentos a serem disponibilizados no SUS.

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Durante entrega de casas, Bolsonaro defende uso de hidroxicloroquina

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o uso da hidroxicloroquina para o tratamento da covid-19. Na tarde desta sexta-feira (11), durante cerimônia para a entrega de 434 casas a famílias de baixa renda do município capixaba de São Mateus (ES), Bolsonaro disse ter optado desde o início da pandemia por ir às ruas ao contrário de “ficar no Palácio da Alvorada” e que quando contraiu a doença tomou o medicamento.

“Desde o início da pandemia estive no meio de vocês, nas comunidades mais pobres de Brasília. Criticado por isso, poderia ter ficado no Palácio da Alvorada com todo o conforto do mundo, mas sempre preferi ficar ao lado do povo, sabendo que tinha um vírus mortal. Fui acometido do vírus e tomei a hidroxicloroquina”, disse Bolsonaro.

Durante a cerimônia, Bolsonaro disse ainda que talvez tenha sido o único chefe de Estado a procurar um remédio contra o coronavírus e que ouviu pessoas com conhecimento científico que indicaram o medicamento para o tratamento da covid-19.

“Talvez eu tenha sido o único chefe de estado que procurou o remédio para esse mal, tinha que aparecer alguma coisa. Ouvi pessoas que tinham conhecimento sobre o caso, mas quando eu falei que aquilo [a cloroquina] poderia ser bom, a oposição abriu uma guerra contra a gente”, afirmou. “Não vou esmorecer. Não sou cabeça dura, sou perseverante; lutamos para salvar vidas, enfrentamos os mais variados e cruéis desafios”, acrescentou.

Estudos científicos apontam que a cloroquina e hidroxicloroquina não possuem eficácia comprovada no tratamento de covid-19. A posição do presidente também é contrária à do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga que disse, nessa semana, durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, entender que esse tipo de medicamento não é eficaz para a covid-19.

Bolsonaro estava acompanhado dos ministros do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e do Gabinete de Segurança Institucional, General Heleno, além do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. Durante seu discurso, o chefe do Executivo disse ainda que não fechou comércios durante a pandemia e que jamais decretaria medidas de isolamento social, como a restrição de circulação nas cidades.

“Eu não fechei nenhum comércio, eu não destruí emprego e não tirei o ganha-pão de ninguém. Jamais decretaria toque de recolher”, disse.

“Tenho as Forças Armadas ao meu lado, sou o chefe supremo delas. Jamais elas irão às ruas para mantê-los em casa. Poderão, sim, um dia ir às ruas para garantir a sua liberdade e o seu bem maior, que é aquilo previsto em nossa Constituição”, afirmou.

Casa Verde e Amarela

Bolsonaro participou da entrega de 434 casas populares no município de São Mateus (ES). O conjunto, batizado de Residencial Solar São Mateus, foi construído com recursos federais. Composto por casas em lotes individuais com 41 m² de área privativa. O empreendimento, que integra o Programa Casa Verde e Amarela, vai beneficiar cerca de 1,8 mil pessoas da cidade capixaba.

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CPI ouve cientistas sobre políticas de enfrentamento à pandemia

A microbiologista e diretora-presidente do Instituto Questão de Ciência, Natália Pasternak, afirmou nesta sexta-feira (11) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado que não existe qualquer evidência científica sobre a eficácia da cloroquina no tratamento da covid-19. Na avaliação da pesquisadora, usuários do medicamento e médicos defensores do chamado tratamento precoce com o fármaco se baseiam em “evidências anedóticas”. “Evidências anedóticas não são evidências científicas, elas não servem para a ciência, elas são apenas causos, histórias”, disse, ao afirmar que o medicamento já foi testado em casos leves e graves, em cobaias e humanos.

A cientista afirmou ainda que a cloroquina “nunca teve plausibilidade biológica para funcionar”. “O caminho pelo qual ela bloqueia a entrada do vírus na célula só funciona in vitro, em tubo de ensaio. Nas células do trato respiratório, o caminho é outro. Então, ela nunca poderia funcionar”, explicou.

Maierovitch

Pela primeira vez, o colegiado ouve duas pessoas ao mesmo tempo. Além de Natália Pasternak, o médico sanitarista e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Cláudio Maierovitch, presta depoimento à CPI. Na avaliação dele, faltaram planos adequados de enfrentamento à pandemia no governo federal.

Como exemplo, ele citou a questão dos insumos. “O plano prevê, necessariamente, o seu monitoramento. Nós estávamos acostumados a trabalhar com isso, em diversas crises, constituição de um Comitê de Operações de Emergência e Saúde, um acompanhando as respostas e necessidades de cada estado, de cada município”, acrescentou.

O sanitarista falou também sobre os primeiros medicamentos que estão sendo usados no tratamento de pessoas hospitalizadas pela covid-19, como os anticorpos monoclonais. “Além destes medicamentos dirigidos a auxiliar a defesa contra o vírus, os anticorpos, existem essas outras categorias, muitas vezes medicamentos usados para câncer, medicamentos usados em doenças reumatológicas também que tentam cuidar não de enfrentar o vírus, mas de diminuir a resposta excessiva do organismo ao vírus, coisa que é feita tradicionalmente com corticoides”, ressaltou. Ele acrescentou que existem medicamentos, inibidores de fatores endógenos, do próprio organismo, que provocam reações exacerbadas e que estão em estudo, alguns, já utilizados em fase inicial.

Para Cláudio Maierovitch, o tratamento em relação à covid-19 é de suporte, com ataque aos sintomas como a febre. Ele ressaltou a importância das medidas não farmacológicas e citou casos de sucesso de países como Portugal e Inglaterra, que adotaram medidas restritivas mais rigorosas. Na avaliação dele, para a queda da transmissão intensa do coronavírus no Brasil, seria necessário um lockdown por pelo menos duas semanas, o que impediria um “ciclo da doença”.

O médico se mostrou contrário à forma como a campanha de vacinação vem sendo conduzida no país. “O plano de imunização que tivemos é um plano pífio, que não entra nos detalhes necessários para um plano de imunização que deve existir no país. Não tivemos critérios homogêneos definidos para o Brasil inteiro de forma que ficou a cargo de cada estado e município definir seus critérios. Pode parecer democrático, mas frente a uma epidemia dessa natureza e escassez de recursos que temos, deixa de ser democrático para produzir iniquidades”, avaliou.

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Petrobras reduz preço da gasolina em R$ 0,05 nas refinarias

O preço do litro da gasolina nas refinarias foi reduzido em R$ 0,05. O anúncio foi feito hoje (11), no Rio de Janeiro, pela Petrobras. O novo valor passa a vigorar a partir deste sábado (12), devendo ficar em R$ 2,53 por litro de gasolina vendido nas refinarias. O preço praticado nos postos dependerá de cada estabelecimento repassar ou não a redução.

“Importante reforçar o posicionamento da Petrobras que busca evitar o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais. Nossos preços seguem buscando o equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do valor dos produtos e da taxa de câmbio, para cima e para baixo. Os reajustes são realizados a qualquer tempo, sem periodicidade definida, de acordo com as condições de mercado e da análise do ambiente externo. Isso possibilita a companhia competir de maneira mais eficiente e flexível”, explicou a estatal.

A Petrobras frisou que os preços de combustíveis e suas variações para mais ou para menos – associadas ao mercado internacional e à taxa de câmbio – têm influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais.

Liberdade de preços

“Como a legislação brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, a mudança no preço final dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de combustíveis. Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de etanol anidro, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis” informou a empresa.

O preço médio do litro da gasolina no país, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foi de R$ 5,65, no dia 23 de maio, último dado disponível. Na cidade do Rio, o valor médio da gasolina está em R$ 6,16. Em São Paulo, R$ 5,45. E, em Brasília, R$ 5,79. No início do ano, o litro da gasolina era vendido, em média, a R$ 4,62 no país.

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Vendas do comércio têm crescimento de 1,6% em maio

As vendas no comércio tiveram alta de 1,6% no mês de maio em comparação ao mês anterior. O setor de materiais de construção voltou a ser destaque, com elevação de 4,8%. Os dados, nacionais, são do Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian e foram divulgados hoje (11).

De acordo com a pesquisa, todos os segmentos cresceram em maio, na comparação com o mês anterior, exceto o de combustíveis e lubrificantes, que teve a maior baixa do ano (6,8%). Supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas cresceram 1,7%; móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e informática, 3,2%; veículos, motos e peças, 2,8%; e tecidos, vestuários, calçados e acessórios, 3,5%.

“As restrições de funcionamento impostas aos comércios físicos nos meses de março e abril foram amenizadas a partir do início de maio, sendo assim, a presença mais ativa dessas empresas possibilitou um maior nível de consumo e uma leve aceleração das vendas”, destacou o economista da Serasa Experian Luiz Rabi.

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Apoio do BNDES permitiu à Fiocruz avançar na produção do IFA nacional

Dois projetos de desenvolvimento tecnológico e inovação do Centro Henrique Penna (CHP), parte do Complexo Tecnológico de Vacinas (CTV) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), receberam R$ 48,4 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em recursos não reembolsáveis, por meio do Fundo Técnico e Científico do banco (Funtec).

Segundo informou hoje (11) o banco, o apoio concedido pelo BNDES permitiu que a Fiocruz tivesse a infraestrutura necessária para a rápida incorporação da produção 100% nacional do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da vacina AstraZeneca, contra a Covid-19, cujo contrato de transferência tecnológica foi assinado em 1º de junho. De acordo com o BNDES, os investimentos reduzem a dependência externa de tecnologia e favorecem a produção, no país, de medicamentos biotecnológicos.

As instalações construídas receberam recentemente, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a verificação da Condição Técnico Operacional (CTO) e o certificado de Boas Práticas de Fabricação (cBPF) para a produção do IFA.

Protótipos

A primeira operação do BNDES Funtec ao CHP foi contratada em 2007 e destinou R$ 30,1 milhões não reembolsáveis para construção da planta de protótipos. Nessa área, são realizadas as fases finais do desenvolvimento de novos produtos, em escala industrial, englobando biofármacos, vacinas e reativos para diagnóstico.

A segunda operação, contratada em 2014 e com previsão de conclusão em julho próximo, destinou R$ 18,3 milhões para equipar a planta de protótipos. A plataforma de processamento final da planta será utilizada para o acréscimo de capacidade produtiva de vacina contra covid-19, fruto da parceria da Fiocruz com a empresa britânica AstraZeneca.

Autonomia

O diretor de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Maurício Zuma, considera que o financiamento recebido do Funtec foi fundamental para a operacionalização, desenvolvimento e absorção de tecnologia por Bio-Manguinhos, assegurando autonomia ao Brasil para a produção de biofármacos e kits de diagnóstico da covid-19. “Graças a esse investimento, Bio-Manguinhos foi capaz de dar respostas rápidas nesse momento da pandemia, inicialmente com o escalonamento da produção do kit molecular para a covid-19 e, agora, com o início da produção do IFA nacional para a vacina”, celebrou Zuma.

Já o superintendente da Área de Gestão Pública e Socioambiental do BNDES, Julio Leite, ressaltou que o apoio não reembolsável do BNDES à saúde teve sempre a preocupação de enfrentar desafios tecnológicos e lacunas de infraestrutura para o desenvolvimento de medicamentos e produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo, segundo enfatizou, é “aumentar o acesso da população a produtos nacionais mais inovadores”. A planta de protótipos do CHP é a primeira planta biotecnológica da iniciativa pública do país, salientou o BNDES.

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