Barroso não é o único ministro que exibe sem pudor seus posicionamentos.
Ministros do STF expõem partidarismo . Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Dias Toffoli já explicitaram suas convicções políticas – e, em alguns casos, até partidárias – por meio de discursos e presenças em eventos. A exposição de opiniões toca, muitas vezes, em questões relacionadas a julgamentos que ainda estão tramitando no STF.
No começo de fevereiro, Lewandowski foi a um evento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), onde deixou clara sua simpatia pela organização extremista. Cármen Lúcia já assinou carta que sinalizava opinião favorável à legalização do aborto após uma reunião com um grupo de mulheres politicamente engajadas em pautas da esquerda. Em fevereiro deste ano, Gilmar Mendes afirmou que o Brasil “estava sendo governado por uma gente do porão” até o ano passado.
A ausência de obstáculos à politização da cúpula do Judiciário e a falta de contestação dos abusos pelo Senado têm normalizado uma realidade pouco comum no Brasil há alguns anos: membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) agora se sentem à vontade para expressar abertamente suas posições políticas.
Essa tendência atingiu seu ponto máximo na última quarta-feira (12), quando o ministro do Supremo, Luís Roberto Barroso, manifestou explicitamente que agiu contra o crescimento do bolsonarismo enquanto juiz. Diante da reação popular, Barroso se desculpou negando que tenha falado literalmente. Ele afirmou: “Na verdade, eu me referia ao extremismo golpista e violento”.